segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Recomeço

Em junho de 2007 veio minha segunda filha. Amamentação quase exclusiva durante os primeiros 6 meses (tive que complementar durante 1 mês usando o método de relactação, onde o bebê continua mamando no peito por meio de uma sonda), sling (tipóia para carregar o bebê), livre demanda, enfim, tudo o que reza a cartilha da exterogestação, quer dizer, a mãe continua a "gestar" o bebê nos primeiros meses de vida, numa relação simbiótica - mas aqui sem a conotação negativa. 
Com o fim da licença-maternidade, não consegui voltar para o trabalho. Nós resolvemos que eu me dedicaria à maternidade até ela completar 1 ano. Eu não pensava em mais nada: diminuição do padrão financeiro, uma certa alienação do mundo adulto por conta da limitação que ficar em casa implica, dificuldade de voltar ao mercado de trabalho. Queria ficar ali, com meu bebê. 
Não acredito em destino, gosto de contar com o acaso e com a sorte, além, claro, do que tenho controle, minhas escolhas, parte que me cabe no rumo da vida. Afinal, mesmo com sorte e acaso, em última instância tudo é escolha. Sou otimista para todos os efeitos. Os momentos mais felizes da minha vida foram aqueles em que eu não esperava aquele desfecho. Nada de planejamento, cálculos, previsões, "gerenciamento de riscos". Depois daquela decisão difícil e arriscada, pensava também no leque de oportunidades ela me abriria em contra-partida. 
Hoje, passados 17 meses, o cenário não é tão motivador. Uma crise mundial brava, o mercado deu uma bela esfriada. Meu setor (trabalho com projetos sociais) então, foi um dos mais afetados. Claro que lá trás eu não contava com essa "má sorte". Mas, relembro Kierkegaard para ter um certo reconforto "a vida é finita, mas as possibilidades são infinitas".

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